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Ato de Bolsonaro Reúne 18 mil Pessoas em Copacabana, Longe da Expectativa de 1 Milhão

Manifestação pró-anistia decepciona em público, mas mantém força política do ex-presidente.


Bolsonaro | InfoMoney
Bolsonaro | InfoMoney

Rio de Janeiro, 16 de março de 2025 – O ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, neste domingo, 16 de março, reuniu aproximadamente 18 mil pessoas, segundo estimativas do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap).


O número ficou muito aquém da expectativa anunciada pelos organizadores, que projetavam mais de 1 milhão de participantes na manifestação em prol da anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 e contra o governo Lula. Apesar do público reduzido, a presença de aliados de peso e a mobilização em redes sociais mantêm o evento como um marco na estratégia política de Bolsonaro para 2026.


A manifestação, que começou às 10h na orla carioca, entre os postos 4 e 5 da Avenida Atlântica, teve como principal mote a defesa do projeto de lei que busca anistiar os envolvidos nos ataques golpistas às sedes dos Três Poderes em Brasília.


Bolsonaro, que chegou ao local por volta das 11h após uma motociata com apoiadores, discursou por cerca de 40 minutos em um trio elétrico, acompanhado de figuras como o pastor Silas Malafaia, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP).


Governadores como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Cláudio Castro (PL-RJ) também marcaram presença, reforçando o peso político do evento.


A expectativa de 1 milhão de pessoas foi amplamente divulgada por Bolsonaro e Malafaia nos dias que antecederam o ato. Em entrevista ao podcast Flow na sexta-feira, 14 de março, o ex-presidente afirmou: “Espero que vá um milhão, apelo até, porque não é só o meu futuro. A projeção, porém, contrastou fortemente com a realidade.


O Cebrap, utilizando imagens aéreas e metodologia de contagem de densidade populacional, estimou 18 mil presentes no pico do evento, às 12h, com margem de erro de 10%, o que poderia variar entre 16,2 mil e 19,8 mil participantes. Outras fontes, como o grupo Monitor do Debate Político da USP, que analisou atos anteriores de Bolsonaro, não divulgaram números oficiais para este evento até o momento.


A organização mobilizou uma estrutura robusta, com dois trios elétricos, três tendas, grades e segurança reforçada pela Polícia Militar do Rio de Janeiro. A motociata, que partiu do Recreio dos Bandeirantes e chegou a Copacabana por volta das 10h30, reuniu cerca de 2 mil motocicletas, segundo estimativas preliminares da PM.


Apesar do esforço logístico e da participação de nomes como Valdemar Costa Neto, presidente do PL, e Jorginho Mello (PL-SC), governador de Santa Catarina, o público não atingiu nem 2% da meta anunciada, gerando debates sobre a capacidade de mobilização de Bolsonaro após sua inelegibilidade, decretada pelo TSE até 2030.


O discurso de Bolsonaro focou na defesa da anistia, na crítica ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao ministro Alexandre de Moraes, e na narrativa de perseguição política. “Não queremos comunismo no Brasil. Essas pessoas do 8 de janeiro estavam lutando por liberdade, não eram golpistas”, declarou, reiterando argumentos usados em atos anteriores, como o de 25 de fevereiro de 2024 na Avenida Paulista, que reuniu 185 mil pessoas segundo a USP.


Ele também exaltou os ministros do STF indicados por ele, Nunes Marques e André Mendonça – este último cotado para presidir o TSE em 2026 –, como garantias de um “tribunal isento” nas próximas eleições, conforme anunciado no mesmo dia em Balneário Camboriú.


A baixa adesão, comparada a atos anteriores – como os 32,7 mil em Copacabana em abril de 2024 ou os 111 mil no 7 de setembro de 2022, segundo o Monitor da USP –, levanta questões sobre o desgaste do bolsonarismo.


Analistas apontam fatores como a data (um domingo de verão no Rio, com praias lotadas por outros motivos), a pauta restritiva da anistia e o cansaço de parte da base após seguidas mobilizações. Ainda assim, os 18 mil presentes representam uma demonstração de fidelidade de um núcleo duro, suficiente para pressionar o Congresso, onde o PL da anistia tramita sob resistência da base governista.


A manifestação terminou às 12h45, com dispersão pacífica e sem registros de incidentes graves pela PM. Apesar de não alcançar o milhão almejado, o ato mantém Bolsonaro no centro do debate político, enquanto aliados planejam usar a foto aérea da orla como símbolo de resistência, mesmo que esvaziada frente às expectativas iniciais.

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