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BYD Inicia Produção do Dolphin Mini na Bahia em Junho

Fábrica em Camaçari usará regimes SKD/CKD com meta de nacionalização.


Governador Jerônimo e representante da BYD | reprodução
Governador Jerônimo e representante da BYD | reprodução

Salvador, 07/05/2025 – A BYD, maior fabricante mundial de veículos elétricos e híbridos, iniciará operações em sua fábrica de Camaçari, na Bahia, em junho de 2025, marcando a estreia da produção automotiva da empresa fora da Ásia.


O primeiro modelo a sair da linha de montagem será o Dolphin Mini, um subcompacto elétrico que se tornou o veículo elétrico mais vendido no Brasil desde seu lançamento em 2024.


A produção começará nos regimes Semi Knocked Down (SKD) e Completely Knocked Down (CKD), com kits importados da China, mas a empresa planeja uma transição para fabricação integral até o fim do ano, com processos como pintura e estamparia realizados localmente.


Com investimento inicial de R$ 3 bilhões, a fábrica, adquirida da Ford por R$ 287,8 milhões, tem capacidade para 150 mil unidades anuais, podendo dobrar até 2027, e promete transformar a Bahia em um polo de inovação automotiva para a América Latina.


A fábrica de Camaçari, localizada na região metropolitana de Salvador, é um marco estratégico para a BYD. Adquirida em 2023, a planta de 4,6 milhões de metros quadrados inclui 26 novas instalações, como galpões de produção, pista de testes e áreas para fornecedores, ocupando inicialmente 1 milhão de metros quadrados.


A BYD optou por construir novas estruturas, destinando os antigos prédios da Ford a parceiros fornecedores, que produzirão componentes localmente. A vice-presidente global da BYD, Stella Li, confirmou a data de início em junho durante uma coletiva em Shengzhou, China, destacando que o Dolphin Mini será o pioneiro, seguido pelo SUV híbrido plug-in Song Pro. “Os planos são de iniciar a produção na fábrica do Brasil em regime SKD/CKD em junho deste ano”, afirmou Li, segundo o portal Alô Alô Bahia.


O regime SKD envolve a montagem de kits pré-fabricados, com carrocerias e componentes principais, como chassi e motor, já parcialmente montados na China. No CKD, os veículos chegam desmontados, com peças separadas, exigindo processos mais complexos, como soldagem e instalação de eletrônicos.


Ambos os métodos, que pagam 18% e 16% de imposto de importação, respectivamente, permitem à BYD iniciar a produção rapidamente enquanto avança na nacionalização. A empresa já armazenou kits SKD do Dolphin Mini e Song Pro em Camaçari desde 2024, segundo a Autoesporte, e planeja atingir 70% de nacionalização em cinco anos, incluindo a produção de baterias de lítio.


O Dolphin Mini, conhecido como Seagull em alguns mercados, é um hatch elétrico compacto com motor de 75 cv, torque de 13,7 kgfm e bateria Blade de 38,9 kWh, oferecendo autonomia de 280 km pelo Inmetro, ou até 340 km no ciclo WLTP.


Vendido em duas versões (R$ 118.800 para quatro ocupantes e R$ 122.800 para cinco), o modelo emplacou 20.101 unidades em 2024, segundo a Autoesporte, consolidando-se como líder no segmento de elétricos.


A produção local pode reduzir preços, especialmente com a nacionalização, embora a BYD planeje manter as especificações globais inicialmente, com uma possível reestilização trazendo novo para-choque dianteiro e traseiro, conforme revelado pelo Ministério da Indústria e Tecnologia da China.


O Song Pro, segundo modelo confirmado, será o primeiro híbrido plug-in flex do mundo, equipado com um motor 1.5 adaptado para etanol e gasolina. Alexandre Baldy, vice-presidente sênior da BYD Brasil, informou que o motor contará com um sistema de pré-aquecimento para reduzir emissões na partida a frio, eliminando o tanquinho de gasolina.


O SUV, que vendeu cerca de 5 mil unidades em 2024, será produzido inicialmente em SKD, com transição para CKD no segundo semestre, segundo a Quatro Rodas. A BYD também planeja fabricar os modelos Dolphin e Yuan Plus, mas priorizou o Dolphin Mini e o Song Pro pela alta demanda no mercado brasileiro.


O cronograma inicial da BYD, que previa produção em março de 2025, foi adiado devido a desafios na construção da fábrica. Em 2024, denúncias de condições precárias de trabalho envolvendo a construtora chinesa Jinjiang, responsável pela terraplanagem, levaram a um embargo parcial das obras pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).


O caso, revelado pela Agência Pública, apontou irregularidades como vistos inadequados para 163 trabalhadores chineses e alojamentos insalubres. A BYD rescindiu o contrato com a Jinjiang, repatriou os trabalhadores e contratou uma construtora brasileira para concluir as obras, conforme anunciado por Tyler Li, presidente da BYD Brasil, à Bloomberg.


O governo da Bahia, que acompanha o projeto com visitas semanais, destacou o compromisso com normas trabalhistas.


Apesar dos atrasos, a fábrica está 80% concluída em sua primeira fase, segundo a Quatro Rodas, com a linha de montagem pronta para operar em junho. A BYD solicitou ao governo federal, em dezembro de 2024, uma redução de 20% para 10% na alíquota de importação de kits SKD, visando viabilizar a fase inicial, segundo o InsideEVs.


A transição para produção total, com estamparia, pintura e fabricação de baterias, está prevista para o segundo semestre de 2026, conforme o Autos Segredos, devido à complexidade de nacionalizar componentes. A empresa planeja contratar 3 mil funcionários até junho e alcançar 10 mil até agosto, com potencial para 20 mil em plena operação.


A fábrica de Camaçari, parte de um investimento de até R$ 6,5 bilhões, será o maior polo industrial da BYD fora da China e um hub de exportação para a América Latina, especialmente para o Mercosul. A capacidade inicial de 150 mil unidades anuais poderá dobrar para 300 mil até 2027, dependendo da demanda, segundo o Estadão.


A BYD também planeja uma segunda planta para baterias e uma terceira para caminhões e ônibus, reforçando a criação de um “Vale do Silício Brasileiro” em Camaçari. O projeto inclui um condomínio para funcionários, inspirado na sede de Shenzhen, com 81 mil metros quadrados.


O governo da Bahia, liderado por Jerônimo Rodrigues, tem apoiado a instalação da BYD, que comprou o terreno por R$ 287,8 milhões em 2023. A presença de autoridades, como o governador e o ministro Rui Costa, em eventos da empresa, reforça a importância do projeto para a economia local, com previsão de 10 mil empregos diretos em 2025.


No entanto, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) criticou a importação de kits SKD/CKD, propondo elevar os impostos de 18% e 16% para 35%, alegando concorrência desleal com montadoras que produzem localmente, segundo a Autoesporte.


A BYD enfrenta desafios para manter sua liderança no mercado brasileiro, onde é a 10ª maior montadora e líder em elétricos e híbridos. O aumento do imposto de importação para veículos eletrificados, que subirá para 25% (elétricos) e 28% (híbridos plug-in) a partir de julho de 2025, pressiona a empresa a acelerar a produção local.


A importação de 17 mil unidades até junho, via navio Explorer 1, é uma estratégia para mitigar custos, segundo a Autoesporte. A nacionalização gradual, com 70% de componentes locais em cinco anos, é vista como essencial para preços competitivos.


A produção do Dolphin Mini em Camaçari marca um momento histórico para a indústria automotiva brasileira, com o primeiro carro elétrico montado em série no país. Apesar de desafios iniciais, como atrasos e questões trabalhistas, a BYD demonstra compromisso com a inovação, com o motor híbrido flex e a verticalização da produção.


O sucesso da operação dependerá da capacidade da empresa de equilibrar custos, atender à demanda e cumprir as metas de nacionalização, enquanto transforma a Bahia em um polo de tecnologia e sustentabilidade.

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