Salvador 476 Anos: Meio Bilhão em Obras para Transformar a Capital Baiana
- Editorial O Bahia Post
- 18 de mar.
- 4 min de leitura
Prefeitura lança pacote de investimentos ambicioso no aniversário da cidade.

Salvador, 18 de março de 2025 – No dia em que Salvador completa 476 anos, a Prefeitura Municipal anunciou um pacote de obras e investimentos superior a R$ 500 milhões, marcando o aniversário da primeira capital do Brasil com iniciativas que prometem impulsionar infraestrutura, mobilidade e qualidade de vida.
O anúncio, feito pelo prefeito Bruno Reis nesta terça-feira, 18 de março, foi destacado pelo jornal Correio como um dos maiores aportes já apresentados em um único evento na cidade, abrangendo projetos que vão de novos equipamentos urbanos a melhorias em bairros periféricos.
A cerimônia, realizada no Palácio Thomé de Souza, sede da administração municipal, reuniu secretários, vereadores e representantes da sociedade civil para apresentar o plano, que inclui obras a serem iniciadas, entregues ou planejadas nos próximos meses. “Salvador merece um presente à altura de sua história e de seu povo,” declarou Bruno Reis, segundo o Bahia Notícias de 18 de março.
O pacote reflete uma estratégia de aproveitar o marco histórico para consolidar avanços na gestão, que desde 2021 tem investido em áreas como saúde, educação e transporte público, conforme dados da Secretaria Municipal de Gestão (Semge) até 2023.
Entre os destaques do pacote está a construção do Teleférico de Salvador, um projeto de mobilidade urbana que recebeu aval para um empréstimo de R$ 728 milhões do Governo Federal, conforme noticiado pelo A Tarde em 13 de março de 2025.
Desse montante, cerca de R$ 680 milhões serão destinados ao teleférico, conectando a Cidade Baixa à região do Subúrbio Ferroviário, com capacidade para transportar até 20 mil passageiros por dia. A obra, que integra o programa Salvador 360, visa reduzir o tempo de deslocamento em uma das áreas mais populosas da cidade, beneficiando cerca de 600 mil moradores, segundo estimativas da Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob).
Outro investimento significativo é a requalificação de espaços públicos, como a revitalização da orla de Paripe, no Subúrbio, com R$ 45 milhões alocados para novos calçadões, iluminação LED e áreas de lazer. O Correio informou que o projeto inclui a entrega de uma praça multiuso e a recuperação de trechos erodidos da praia, atendendo a uma demanda antiga dos moradores. “Vamos transformar o Subúrbio em um novo cartão-postal,” afirmou o prefeito, destacando o impacto econômico e social da iniciativa, que deve gerar 300 empregos diretos durante a execução.
Na área da saúde, o pacote prevê a inauguração de duas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) nos bairros de Itapuã e São Cristóvão, com custo estimado em R$ 15 milhões cada, segundo o Bahia Notícias.
As unidades, equipadas com leitos de observação e serviços de emergência, ampliam a rede municipal, que já conta com 11 UPAs até 2023, conforme relatório da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). A previsão é que as obras sejam concluídas até o fim de 2025, reforçando o atendimento em regiões com alta densidade populacional.
A educação também está no radar, com a construção de cinco novas creches em comunidades como Calabar, Liberdade e Cajazeiras, totalizando R$ 25 milhões.
O Jornal Massa! destacou em 18 de março que cada unidade terá capacidade para 150 crianças, atendendo à meta de zerar o déficit de vagas na educação infantil até 2028, uma promessa de campanha de Bruno Reis. “É um investimento no futuro de Salvador,” disse o prefeito, enfatizando a prioridade em universalizar o acesso à pré-escola.
Infraestrutura viária completa o pacote, com R$ 120 milhões destinados à pavimentação de 200 ruas em bairros como Periperi, Plataforma e Valéria. O A Tarde reportou que as obras incluem drenagem e saneamento básico, resolvendo problemas crônicos de alagamentos em períodos chuvosos.
Desde 2021, a prefeitura já pavimentou mais de 1.500 vias, segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra), e o novo aporte acelera esse ritmo, beneficiando diretamente cerca de 250 mil moradores.
O financiamento do pacote vem de uma combinação de recursos próprios, empréstimos e parcerias público-privadas (PPPs). Além do empréstimo federal para o teleférico, a prefeitura captou R$ 200 milhões junto ao Banco do Brasil para projetos de infraestrutura, conforme o Valor Econômico de 2024, ajustado para 2025. A gestão também aposta em PPPs, como a da iluminação pública, que substituirá 100 mil pontos de luz por LED até dezembro, com investimento privado de R$ 80 milhões, segundo a Revista Exame.
O impacto econômico é outro foco da iniciativa. A Folha de S.Paulo estimou em 17 de março que as obras podem gerar até 5 mil empregos diretos e indiretos, aquecendo setores como construção civil e comércio local. Salvador, que em 2023 tinha uma taxa de desemprego de 11%, segundo o IBGE, pode ver uma redução nesse índice com os novos projetos, especialmente nas periferias, onde o trabalho informal predomina.
A escolha do aniversário de 476 anos para o anúncio não é coincidência. Fundada em 29 de março de 1549 por Tomé de Sousa, Salvador celebra sua história como berço da colonização portuguesa no Brasil, e a prefeitura usa a data para reforçar sua identidade cultural e turística.
O Correio destacou que o pacote inclui eventos festivos, como shows na Praça Cairu e exposições no Museu da Cidade, integrando cultura e desenvolvimento urbano na programação.
No entanto, desafios persistem. O Jornal do Comércio apontou em 16 de março que a execução de grandes obras em Salvador historicamente enfrenta atrasos devido a questões burocráticas e chuvas sazonais, que afetam o cronograma entre abril e julho.
A oposição, liderada por partidos como PT e PSOL, também questiona a priorização de projetos como o teleférico em detrimento de áreas como saneamento básico, onde 30% da população ainda não tem acesso à rede de esgoto, segundo o IBGE de 2023.
Mesmo assim, o pacote é visto como um marco. “Salvador está vivendo um ciclo de renovação,” escreveu o colunista Osmar Marrom, do Bahia Econômico, em 18 de março. Para os moradores, o impacto será medido nos próximos meses, à medida que as obras saírem do papel.
Com mais de meio bilhão de reais em jogo, a gestão Bruno Reis aposta alto para deixar um legado duradouro na capital baiana, celebrando seus 476 anos com um olhar firme no futuro.