Donatella Versace Deixa Diretoria Criativa da Marca em Meio a Relatos de Venda
- Julia Olympio

- 13 de mar.
- 3 min de leitura
Após 28 anos, estilista assume novo papel enquanto Prada negocia compra da Versace.

Donatella Versace, ícone da moda italiana, anunciou nesta quinta-feira, 13 de março, sua saída do cargo de diretora criativa da Versace, posição que ocupou por 2km, 8 anos desde a morte de seu irmão, Gianni Versace, em 1997.
A decisão, confirmada pela Capri Holdings, empresa americana que detém a marca desde 2018, ocorre em meio a intensas especulações sobre a venda da Versace ao grupo Prada por cerca de 1,5 bilhão de euros (aproximadamente US$ 1,6 bilhão). Donatella, de 69 anos, não deixará a maison completamente: ela assumirá o papel de embaixadora-chefe da marca, focando em iniciativas filantrópicas e na promoção global da Versace.
A transição marca o fim de uma era para a casa de moda fundada por Gianni Versace em 1978. Donatella assumiu a liderança criativa após o assassinato do irmão em Miami, transformando a Versace em um símbolo de glamour ousado e sexy, com momentos icônicos como o vestido “Jungle” de Jennifer Lopez no Grammy de 2000 e coleções que celebraram a extravagância barroca e a Medusa, emblema da marca. “Foi a maior honra da minha vida carregar o legado do meu irmão Gianni. Ele foi o verdadeiro gênio, mas espero ter herdado um pouco de seu espírito e tenacidade”, declarou Donatella em comunicado oficial. “Versace está no meu DNA e sempre estará no meu coração.”
O sucessor de Donatella será Dario Vitale, ex-diretor de design e imagem da Miu Miu, marca do grupo Prada, que assume como diretor criativo a partir de 1º de abril de 2025. Vitale, de 41 anos, traz mais de 15 anos de experiência, tendo contribuído para o crescimento da Miu Miu, que viu suas vendas saltarem 93% em 2024. “É uma honra ingressar na Versace e fazer parte desta maison poderosa criada por Gianni e Donatella. Quero agradecer a ela por sua confiança em mim”, afirmou Vitale. Sua primeira coleção, para a primavera/verão 2026, está marcada para setembro de 2025, durante a Semana de Moda de Milão.
A saída de Donatella coincide com um momento delicado para a Capri Holdings, que adquiriu a Versace por 1,8 bilhão de euros (US$ 2,12 bilhões) em 2018 e também controla Michael Kors e Jimmy Choo. Após registrar perdas operacionais nos últimos três trimestres – com uma queda de 6,6% nas receitas da Versace, para US$ 1,03 bilhão no ano fiscal encerrado em março de 2024 –, a empresa estaria trabalhando com o banco Barclays para vender a marca italiana.
Relatórios recentes indicam que o grupo Prada, liderado por Miuccia Prada, está próximo de fechar o negócio, o que alimentou especulações sobre a troca na direção criativa como parte de uma estratégia de transição. “Essas mudanças foram planejadas com cuidado”, afirmou John D. Idol, CEO da Capri Holdings, destacando que Vitale é “um líder forte” para o futuro da Versace.
A possível venda ao Prada Group, se concretizada, uniria duas gigantes italianas da moda, mas levanta questões sobre o futuro da identidade da Versace. Sob Donatella, a marca tornou-se sinônimo de sensualidade exuberante e parcerias com celebridades como Madonna, Beyoncé e Lady Gaga, além de campanhas memoráveis com supermodelos dos anos 90, como Naomi Campbell e Kate Moss. A chegada de Vitale, vindo de uma marca conhecida por um estilo mais discreto e playful como a Miu Miu, pode sinalizar uma nova direção estética – um ponto que gera expectativa e preocupação entre os fãs da Versace.
Para a moda, porém, a saída de Donatella é o foco: “Estou empolgada para ver a Versace pelos olhos de Dario Vitale”, disse ela, sinalizando apoio à próxima geração de designers.
A Versace prevê vendas de US$ 810 milhões em 2025, com recuperação projetada para 2027. Como embaixadora, Donatella manterá sua influência, mas o legado criativo agora passa para novas mãos, enquanto a venda ao Prada Group pode redefinir o futuro da maison no cenário global da moda.
























