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Jared Kushner: Herdeiro de um Império Imobiliário que Supera o de Trump

Kushner Companies lidera com $2,9 bilhões em ativos nos EUA.


Jared Kushner | Reprodução
Jared Kushner | Reprodução

São Paulo, 29 de março de 2025 – Jared Kushner, genro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e herdeiro da família Kushner, está no centro de um império imobiliário que ultrapassou o de seu sogro em valor e influência.


A Kushner Companies, fundada por seu pai, Charles Kushner, em 1985, é avaliada hoje em 2,9 bilhões de dólares, superando os 2,2 bilhões de dólares do portfólio imobiliário de Trump, segundo estimativas recentes da Forbes.


Aos 44 anos, Jared, que já foi conselheiro sênior na primeira gestão de Trump (2017-2021), transformou a empresa familiar em uma potência que rivaliza com o legado do magnata que agora lidera o país pela segunda vez, empossado em janeiro de 2025.


Nascido em 10 de janeiro de 1981, em Livingston, Nova Jersey, Jared é o primogênito de Charles e Seryl Kushner, uma família de origem judaica cujas raízes remontam a sobreviventes do Holocausto que chegaram aos EUA em 1949.


Jared seu pai Charles e a sua mãe Seryl Kushner. | Reprodução
Jared seu pai Charles e a sua mãe Seryl Kushner. | Reprodução

Charles, um advogado e empreendedor, construiu a Kushner Companies a partir de um portfólio inicial de 4.000 apartamentos em Nova Jersey, expandindo-o para mais de 25.000 unidades até 2004.


Nesse ano, no entanto, ele enfrentou um revés: foi condenado por evasão fiscal, contribuições ilegais de campanha e manipulação de testemunhas, cumprindo dois anos de prisão. Durante esse período, Jared, então com 24 anos, assumiu as rédeas da empresa, iniciando uma transição que levaria o negócio de um foco regional para um império nacional e internacional.


Sob a liderança de Jared, a Kushner Companies deu um salto ambicioso. Em 2007, ele orquestrou a compra do icônico prédio 666 Fifth Avenue, em Manhattan, por 1,8 bilhão de dólares – na época, o maior valor pago por um único edifício de escritórios nos EUA.


Embora o timing, às vésperas da crise financeira de 2008, tenha sido desafiador, a jogada simbolizou a entrada da família no mercado de alto perfil de Nova York, ecoando a estratégia de Donald Trump ao migrar de Queens para Manhattan décadas antes.


Após a venda de uma participação majoritária do prédio em 2018 por 1,3 bilhão de dólares à Brookfield Properties, a empresa redirecionou seus esforços para apartamentos residenciais, um retorno às raízes que impulsionou seu crescimento.


Hoje, a Kushner Companies controla mais de 20.000 unidades residenciais e 13 milhões de pés quadrados de espaços comerciais, industriais e de varejo em seis estados americanos, com forte presença em Nova Jersey, Maryland, Virgínia e no Sun Belt, incluindo projetos de luxo em Miami e Jersey City.


A Forbes estima que o valor da empresa quase triplicou desde 2016, quando valia 1 bilhão de dólares, antes da eleição de Trump ao seu primeiro mandato. Esse crescimento contrasta com o portfólio de Trump, que, embora inclua propriedades icônicas como a Trump Tower e Mar-a-Lago, enfrenta desafios financeiros e legais que limitaram sua expansão recente, mantendo-o em 2,2 bilhões de dólares.


A fortuna total da família Kushner é estimada em 7,1 bilhões de dólares, um salto significativo dos 1,8 bilhão de 2016. Charles e Seryl detêm 20% da Kushner Companies, enquanto os 80% restantes são divididos entre seus quatro filhos: Jared, Joshua, Nicole e Dara. Jared, além de sua participação na empresa familiar, fundou a Affinity Partners, uma firma de private equity que já atraiu 2 bilhões de dólares do fundo soberano da Arábia Saudita em 2022, elevando seu patrimônio pessoal para cerca de 900 milhões de dólares, segundo a Forbes.


Seu irmão Joshua, casado com a supermodelo Karlie Kloss, é o mais rico da família, com uma participação de 3,5 bilhões de dólares na Thrive Capital, uma venture capital que investiu em empresas como Instagram e OpenAI.


O sucesso da Kushner Companies sob Jared e, posteriormente, sob a gestão de Laurent Morali (CEO desde 2017) e Nicole Kushner Meyer (presidente), reflete uma estratégia de adaptação.


Após a saída de Jared para atuar como conselheiro de Trump na Casa Branca, a empresa vendeu ativos problemáticos, como o 666 Fifth Avenue, e focou em mercados residenciais de alta demanda, como o corredor Baltimore-Washington e o sul dos EUA.


Projetos como o One Journal Square, em Jersey City, e expansões em Miami mostram uma abordagem que combina luxo com acessibilidade, contrastando com o portfólio de Trump, mais centrado em propriedades de marca e turismo.


A relação entre os impérios Kushner e Trump é complexa. Jared conheceu Ivanka Trump em 2005, casando-se com ela em 2009, e tornou-se uma figura-chave na campanha presidencial de 2016 e na primeira administração de Trump, ajudando a negociar os Acordos de Abraham em 2020.


Enquanto esteve em Washington, ele se afastou oficialmente da gestão da Kushner Companies, mas manteve sua participação acionária, beneficiando-se do crescimento da empresa. Desde que deixou o governo em 2021, Jared tem se dedicado à Affinity Partners, mas sua influência no negócio familiar permanece, com Charles ainda atuando como conselheiro estratégico.


Nos EUA de 2025, com Trump de volta à Casa Branca, a ascensão da Kushner Companies levanta questões sobre conflitos de interesse, especialmente após investimentos estrangeiros, como os da Arábia Saudita na Affinity Partners.


Críticos apontam que a proximidade de Jared com o poder político pode beneficiar os negócios da família, um eco das acusações que Trump enfrentou em seu primeiro mandato. No entanto, a empresa mantém um perfil mais discreto que o de Trump, evitando a exposição midiática que marcou os projetos do presidente, como os campos de golfe e hotéis de luxo.


No Brasil, onde o mercado imobiliário acompanha tendências globais, o modelo da Kushner Companies desperta interesse. A produção de apartamentos acessíveis combinada com projetos de alto padrão poderia inspirar estratégias locais, especialmente em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, que enfrentam demandas por moradia e gentrificação.


A expansão da família Kushner no Sun Belt americano, uma região de clima quente como o Brasil, também sugere paralelos em mercados emergentes.


Aos 44 anos, Jared Kushner é mais que um herdeiro: é um arquiteto do crescimento da Kushner Companies. Enquanto Trump foca em sua agenda presidencial, que inclui propostas polêmicas como o controle de Gaza para fins imobiliários, Jared diversifica sua influência entre imóveis e investimentos globais.


Seja por mérito ou por conexões, o império Kushner prova que, em 2025, supera o de Trump não só em valor, mas em capacidade de adaptação a um mundo em mudança.

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