top of page
Publicidade
iplace-cat-iphone-160925-desk-03b.avif

Trump Celebra Acordo de Paz como Início da Reconstrução de Gaza

Troca de reféns abre caminho para US$ 80 bi em investimentos multilaterais


Trump / Reprodução
Trump / Reprodução

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta segunda-feira, 13 de outubro de 2025, que o acordo de paz recém-firmado com o Hamas e Israel marca o início da reconstrução da Faixa de Gaza, devastada por dois anos de bombardeios.


Falando após uma reunião em Sharm el-Sheikh, no Egito, Trump destacou a conclusão da troca de reféns como a “parte mais difícil” superada, com o Hamas liberando 20 reféns vivos e Israel soltando quase 2.000 prisioneiros palestinos.


O acordo, assinado por líderes de quase 30 países, reforça a solução de dois Estados e prevê desmilitarização da região, abrindo portas para um plano de recuperação estimado em US$ 80 bilhões. No entanto, com pendências como a devolução de corpos de reféns e desafios de implementação, a promessa de renascimento de Gaza enfrenta obstáculos reais, questionando se a diplomacia de Trump trará estabilidade duradoura ou apenas um alívio temporário.


A cúpula em Sharm el-Sheikh reuniu chefes de Estado e representantes de nações ricas, incluindo o presidente egípcio Abdel Fattah el-Sisi, o emir do Qatar Tamim bin Hamad Al Thani, e o presidente turco Tayyip Erdoğan. Trump agradeceu aos participantes, chamando-os de “líderes dos países mais ricos do mundo” que “se importam com seus países”. O acordo, apresentado no final de setembro de 2025, culminou na troca de reféns iniciada nesta segunda-feira, com o Hamas cumprindo a primeira etapa. Ainda resta a entrega de corpos de cerca de 26 reféns mortos, dos quais apenas quatro foram devolvidos até agora. A Casa Branca manteve o conteúdo completo do tratado confidencial, mas enfatizou a desmilitarização como pré-condição para a reconstrução.


Gaza, enclave palestino com 2,3 milhões de habitantes, sofreu danos estimados em US$ 80 bilhões, segundo cálculo do primeiro-ministro palestino Mohammad Mustafa. Um relatório conjunto do Banco Mundial, da União Europeia e da ONU aponta US$ 53 bilhões para a recuperação básica, cobrindo habitações, infraestrutura e serviços essenciais. O plano americano, agora em vigor, prioriza investimentos multilaterais, com doadores como EUA, Qatar e Egito comprometidos em financiar projetos iniciais. Trump descreveu o processo como “muito a reconstruir”, mas sem detalhes sobre fontes de financiamento ou prazos, deixando a execução à mercê de negociações futuras. A desmilitarização, exigida por Israel, inclui a dissolução de estruturas do Hamas, uma condição que pode prolongar o conflito se não houver adesão plena.


A troca de reféns, ponto central do acordo, foi um marco simbólico. O Hamas libertou 20 civis e estrangeiros, incluindo crianças e idosos, em troca de prisioneiros palestinos detidos por Israel desde o início do conflito. A operação, mediada pelo Egito e Qatar, evitou escaladas, mas expôs fragilidades: corpos de reféns mortos, como os de quatro israelenses confirmados, serão entregues em etapas. Netanyahu, primeiro-ministro israelense, elogiou o progresso, mas insistiu na eliminação total do Hamas, uma demanda que contrasta com a visão de Trump de uma reconstrução gradual. Do lado palestino, Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, viu o acordo como passo para a solução de dois Estados, mas sem comentários sobre o Hamas, que mantém controle de Gaza.


A reunião em Sharm el-Sheikh contou com ampla representação internacional, incluindo o rei da Jordânia Abdullah II, o presidente francês Emmanuel Macron, o chanceler alemão Friedrich Merz, o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, e o secretário-geral da ONU Antonio Guterres. O presidente egípcio el-Sisi destacou o tratado como reforço à solução de dois Estados, um consenso global desde os Acordos de Oslo em 1993. Trump, reeleito em 2024, usou o evento para projetar liderança, creditando o sucesso à cooperação de “países ricos que se reuniram”. No entanto, a ausência de detalhes sobre mecanismos de verificação – como monitoramento da desmilitarização – levanta dúvidas sobre a durabilidade do pacto.


A reconstrução de Gaza, com custo estimado em US$ 80 bilhões, é o maior desafio. O enclave, com 365 km², foi reduzido a escombros, com 70% das habitações destruídas e 90% da infraestrutura de água e energia comprometida. O relatório do Banco Mundial, UE e ONU calcula US$ 53 bilhões para reparos essenciais, priorizando moradias e saneamento. O plano americano prevê doações e empréstimos de aliados, mas a desmilitarização é o pré-requisito: Israel exige a remoção de túneis e armas do Hamas, enquanto o grupo palestino condiciona a cooperação à liberação total de prisioneiros. Trump prometeu “muito a reconstruir”, mas sem cronograma, o risco de estagnação é alto, como visto em reconstruções pós-conflito na Síria e no Iêmen.


A solução de dois Estados, reafirmada no acordo, é um objetivo de décadas, mas avança devagar. Gaza, controlada pelo Hamas desde 2007, e Cisjordânia, sob a Autoridade Palestina, enfrentam divisões internas que complicam a unidade palestina. O Egito e Qatar, mediadores chave, pressionam por eleições palestinas, mas o Hamas resiste. Trump, que em seu primeiro mandato reconheceu Jerusalém como capital de Israel, adota uma postura mais conciliatória agora, mas analistas questionam se sua retórica pragmática sobreviverá a pressões domésticas, como o lobby pró-Israel nos EUA.


O acordo enfrenta obstáculos imediatos. A pendência de corpos de reféns, incluindo os de quatro israelenses, pode atrasar fases subsequentes. Netanyahu, sob pressão interna por concessões, insiste na segurança de Israel, enquanto o Hamas, enfraquecido, usa a troca para ganhar legitimidade. A reconstrução depende de doadores, com os EUA comprometendo US$ 10 bilhões iniciais, mas a coordenação entre 30 nações é complexa, como visto na conferência de Paris em 2024, que arrecadou apenas US$ 2 bilhões para Gaza. Trump elogiou os líderes como “pessoas ótimas que se importam com seus países”, mas a implementação prática testará essa unidade.


A desmilitarização de Gaza é o ponto mais controverso. Israel exige a destruição de arsenais e túneis, enquanto o Hamas vê isso como rendição. O acordo prevê monitoramento internacional, possivelmente pela ONU, mas a presença de observadores em Gaza é delicada, dada a tensão com Israel. Trump, que mediou os Acordos de Abraão em 2020, aposta na diplomacia econômica, mas o custo de US$ 80 bilhões pode sobrecarregar doadores, especialmente com recessões globais. O relatório do Banco Mundial alerta que sem governança palestina unificada, os fundos podem ser desviados, como ocorreu em projetos anteriores.


A narrativa de Trump, de que “fizemos a parte mais difícil”, simplifica um conflito de décadas. A troca de reféns é um avanço, mas Gaza permanece sob bloqueio, com 80% da população em pobreza extrema. A reconstrução exige não só dinheiro, mas reformas políticas, como eleições palestinas e reconhecimento mútuo. O Egito, anfitrião da cúpula, elogiou o tratado como reforço à solução de dois Estados, mas a ausência de detalhes sobre fronteiras e Jerusalém deixa lacunas. Líderes como Macron e Guterres apoiam, mas alertam para o risco de escalada se a desmilitarização falhar.


O papel dos EUA é central. Trump, com sua abordagem transacional, usou a reunião para fortalecer alianças, agradecendo a 30 países por “resolverem se reunir”. O Qatar e Egito, financiadores do Hamas, ganham legitimidade, enquanto Israel, sob Netanyahu, testa a paciência de Trump. A Casa Branca manteve o tratado confidencial, mas vazamentos sugerem cláusulas de verificação por observadores da ONU. A reconstrução, com US$ 53 bilhões para reparos básicos, prioriza habitações e água, mas a segurança de Gaza depende de um equilíbrio delicado.


O acordo de paz é um passo, mas Gaza precisa de mais que promessas. Com US$ 80 bilhões em jogo, a desmilitarização e a cooperação internacional serão testadas. Trump celebra o início, mas o sucesso depende de ações concretas, não de discursos. Para os palestinos, o tratado é esperança; para israelenses, garantia de segurança. O futuro de Gaza pende nessa balança, e o mundo observa se a diplomacia prevalecerá sobre o conflito.

Publicidade
Publicidade
img970x250-1743520499459.avif
bottom of page