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Vítima de Racismo em Cerro Porteño 0 x 3 Palmeiras, Luighi Desabafa: “Foi um Crime”

Atacante do Palmeiras de apenas 18 anos chora e cobra atitude após ofensas na Libertadores Sub-20, alvo de cusparada e chamado de “macaco”.


Luighi | Reprodução
Luighi | Reprodução

San Lorenzo (Paraguai), 7 de março de 2025 – O Palmeiras venceu o Cerro Porteño por 3 a 0 na noite de quinta-feira, 6 de março, em partida válida pela fase de grupos da Libertadores Sub-20, disputada no Estádio Gunther Vogel, em San Lorenzo, no Paraguai. No entanto, o que deveria ser uma celebração da vitória alviverde foi ofuscado por um lamentável episódio de racismo contra o atacante Luighi, de 18 anos, que desabafou emocionado após o jogo, classificando o ocorrido como “um crime” e cobrando uma posição firme das autoridades do futebol.


O incidente aconteceu aos 34 minutos do segundo tempo, quando o Palmeiras já vencia por 3 a 0, com gols de Riquelme Fillipi (dois) e Erick Belé. Durante uma substituição, câmeras da transmissão flagraram um torcedor do Cerro Porteño, carregando uma criança no colo, imitando gestos de macaco em direção ao meia Figueiredo, que deixava o campo. Logo em seguida, Luighi, também na lateral do gramado, foi alvo de uma cusparada e relatou ter sido chamado de “macaco” por torcedores adversários. Abalado, o jovem atacante denunciou o ato ao árbitro, que paralisou a partida por alguns minutos, mas o jogo prosseguiu até o fim sem punições imediatas aos responsáveis.


Após o apito final, Luighi, substituído no decorrer do segundo tempo, chorou no banco de reservas e, ao ser entrevistado por um repórter da Conmebol TV, fez um desabafo contundente. Questionado sobre a partida, ele interrompeu o entrevistador: “É sério isso? Não vai perguntar sobre o ato de racismo? Até quando a gente vai passar por isso? O que fizeram comigo foi um crime.” Visivelmente emocionado, o jogador voltou a ir às lágrimas, cobrando ações da Conmebol e da CBF: “Vai me perguntar sobre o jogo mesmo? A Conmebol vai fazer o que sobre isso? Ou a CBF, sei lá. Isso aqui é formação, a gente tá aprendendo.” O desabafo viralizou nas redes sociais, com usuários elogiando a coragem do atleta e exigindo providências.


O Palmeiras, que lidera o Grupo C com seis pontos em dois jogos, emitiu uma nota oficial logo após o confronto, classificando o episódio como “inadmissível” e prometendo ir “até as últimas instâncias” para que os responsáveis sejam punidos.


“Racismo é crime! E a impunidade é cúmplice dos covardes! As suas lágrimas, Luighi, são nossas! A Família Palmeiras tem orgulho de você!”, declarou o clube, prestando solidariedade ao jogador e a Figueiredo, também vítima dos gestos racistas. A Conmebol, por sua vez, repudiou o ato em comunicado, afirmando que “medidas disciplinares apropriadas serão implementadas” e que está avaliando outras ações com especialistas, mas não detalhou punições específicas até o momento.


O caso gerou comoção no futebol brasileiro. Rivais como São Paulo e Corinthians divulgaram notas de apoio a Luighi, deixando a rivalidade de lado para condenar o racismo. “Independentemente de clubes, que lutemos juntos contra esses episódios repugnantes. Basta!”, escreveu o São Paulo, enquanto o Corinthians reiterou seu “repúdio absoluto” aos atos discriminatórios. O Ministério do Esporte do Brasil anunciou que cobrará a Conmebol por sanções, e a CBF informou que acionará sua diretoria jurídica para pressionar por rigor nas punições.


Luighi, uma das promessas da base palmeirense, já havia estreado no time profissional em 2024, marcando um gol contra o Flamengo no Brasileirão, e foi “emprestado” ao Sub-20 para ganhar minutos na Libertadores da categoria. Sua reação ao racismo foi destacada por comentaristas durante a transmissão do SporTV. Jordana Araújo, emocionada, reforçou: “Não adianta placas, tem que haver atitudes. Racismo é crime, e a Conmebol precisa fazer mais.” O episódio reacende o debate sobre a recorrência de atos racistas em competições sul-americanas e a eficácia das medidas da entidade para coibi-los.


Enquanto o Palmeiras se prepara para enfrentar o Independiente del Valle no domingo, 9 de março, pela última rodada da fase de grupos, o foco extracampo está na luta de Luighi por justiça. Sua voz, amplificada pelo desabafo, ecoa como um grito contra a impunidade em um esporte que ainda convive com a sombra do preconceito.

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