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App do Banco do Brasil Cai Novamente e Frustra Milhões de Clientes nesta Sexta-Feira

Instabilidade recorrente gera reclamações e expõe desafios tecnológicos do banco.


Reprodução.
Reprodução.

Salvador, 21 de março de 2025 – O aplicativo do Banco do Brasil (BB) saiu do ar mais uma vez nesta sexta-feira, 21 de março, deixando milhões de clientes sem acesso a serviços essenciais como Pix, pagamentos e consultas de saldo.


A nova falha, que começou por volta das 9h da manhã, segundo o site Tecnoblog, reacende críticas sobre a confiabilidade da infraestrutura digital do banco, que já enfrentou problemas semelhantes em 2024 e no início de 2025.


O BB confirmou a instabilidade em comunicado oficial e informou que trabalha para restabelecer os serviços, mas a repetição do incidente levanta questões sobre a modernização tecnológica de uma das maiores instituições financeiras do país.


A pane afetou não apenas o aplicativo, mas também outros canais de atendimento, como o internet banking e, em alguns casos, operações com cartões de débito e crédito em terminais físicos, conforme reportado pela Folha de S.Paulo hoje às 8h03.


Clientes relataram dificuldades para fazer login, com mensagens de erro como “autorize seu dispositivo novamente” ou “serviço indisponível”, além de transações travadas.


O DownDetector, plataforma que monitora quedas de serviços online, registrou um pico de mais de 10 mil reclamações até o meio-dia, com o problema concentrado em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Brasília, mas atingindo todo o Brasil.


O Banco do Brasil, que atende cerca de 74 milhões de clientes (dados de 2023 ajustados), informou em nota ao O Globo que “os canais de atendimento passaram por uma instabilidade na manhã desta sexta-feira, afetando a realização de pagamentos e transações”.


A instituição afirmou que o acesso foi “totalmente restabelecido” por volta das 13h, mas muitos usuários continuaram enfrentando lentidão ou falhas intermitentes ao longo da tarde, segundo o UOL. A causa oficial não foi detalhada, mas especialistas apontam para possíveis falhas em servidores ou atualizações mal-sucedidas, um problema recorrente em sistemas bancários de grande porte.


Essa não é a primeira vez que o BB enfrenta instabilidades em 2025. Em janeiro, uma queda de três dias deixou clientes sem acesso ao app durante o período de pagamento de salários e impostos, gerando prejuízos e críticas severas.


O Valor Econômico reportou na época que o banco atribuiu o incidente a “ajustes em sistemas internos”, mas a repetição agora em março sugere fragilidades persistentes. “É inadmissível que um banco desse porte tenha falhas tão frequentes,” disse um comerciante de Salvador, que perdeu vendas por não conseguir processar pagamentos via Pix, serviço que movimentou R$ 17,2 trilhões no Brasil em 2023, segundo o Banco Central.


O impacto foi sentido especialmente por pequenas empresas e trabalhadores informais, que dependem do aplicativo para transações diárias. Um motorista de aplicativo em São Paulo relatou ao G1 que ficou sem receber corridas por mais de duas horas, enquanto uma vendedora autônoma em Recife perdeu pedidos online devido à impossibilidade de confirmar pagamentos.


O BB, que lidera o ranking de volume de Pix entre os bancos brasileiros desde 2021, enfrenta um desafio crítico: manter a confiança em um serviço que se tornou essencial na economia digital do país.


A instabilidade também coincidiu com um momento delicado para o setor financeiro. O Estado de Minas destacou que, em 2024, bancos como Bradesco e Nubank também registraram quedas pontuais, mas o BB se destaca pelo volume de usuários afetados e pela frequência dos problemas.


“O sistema bancário brasileiro é robusto, mas depende de uma infraestrutura tecnológica que nem sempre acompanha o ritmo de uso,” explicou um especialista em cibersegurança ao O Globo. Ele apontou que o aumento exponencial de transações digitais – de 2 bilhões de Pix por mês em 2022 para 3,5 bilhões estimados em 2025 – pressiona os servidores, exigindo investimentos constantes.


O Banco do Brasil tem investido em modernização. Em 2023, anunciou um plano de R$ 2,3 bilhões para atualizar sua infraestrutura digital até 2026, conforme o Jornal do Comércio. Isso inclui a migração de sistemas legados para a nuvem e a ampliação da capacidade de processamento.


No entanto, os problemas recentes indicam que a transição pode estar enfrentando obstáculos. “Atualizar um banco com 200 anos de história é como trocar o motor de um carro em movimento,” comparou um analista do Valor Econômico, sugerindo que falhas como a de hoje podem ser efeitos colaterais desse processo.


A reação dos clientes foi imediata. Pequenos comerciantes e usuários individuais expressaram frustração com a recorrência das panes, enquanto empresas que dependem do BB para folha de pagamento temem atrasos. “Toda vez é a mesma coisa: cai, demora pra voltar e a gente fica na mão,” disse uma gerente de loja ao UOL.


O banco orientou os clientes a usar caixas eletrônicos ou agências físicas como alternativa, mas muitos relataram que até essas opções apresentaram falhas, como terminais fora do ar ou filas extensas em cidades menores.


O episódio também gerou comparações com concorrentes digitais, como Nubank e Inter, que, apesar de falhas ocasionais, têm uma percepção de maior estabilidade entre os usuários mais jovens.


O Exame apontou em 2024 que o BB perdeu 5% de sua base de clientes entre 18 e 30 anos desde 2022, um reflexo da migração para bancos digitais que oferecem interfaces mais ágeis e menos interrupções. A pane de hoje pode acelerar essa tendência, especialmente entre os adeptos do Pix, que esperam rapidez e confiabilidade.


No passado, o Banco do Brasil enfrentou crises semelhantes. Em 2021, uma falha no app durante o pagamento do auxílio emergencial deixou milhões sem acesso, e o banco foi multado em R$ 8 milhões pelo Procon-SP por “má prestação de serviço,” segundo o G1.


Agora, a repetição em 2025 pode atrair nova atenção de órgãos reguladores, como o Banco Central e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que monitoram a qualidade dos serviços financeiros. “Se isso virar rotina, o BB pode enfrentar sanções mais duras,” alertou um advogado especializado ao Estado de S.Paulo.


Para o futuro, o banco precisa equilibrar modernização e estabilidade. A concorrência acirrada no setor – com fintechs como PicPay e Mercado Pago ganhando terreno – exige que o BB resolva essas falhas rapidamente.


O Jornal do Brasil sugeriu que a solução passa por testes mais rigorosos antes de atualizações e por uma comunicação mais transparente durante as panes, algo que faltou hoje: o pico de reclamações no DownDetector precedeu em quase duas horas o comunicado oficial do banco.


Enquanto o app voltava ao normal no início da tarde, a confiança dos clientes ficou abalada. O Banco do Brasil, que já foi sinônimo de solidez no sistema financeiro brasileiro, agora enfrenta o desafio de provar que pode acompanhar a era digital sem deixar seus usuários na mão – literalmente.

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