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Governo Lula Cria Dívida Pública de Trilhões, Enquanto Governo Anterior Deixou Caixa Positivo

Críticas ao endividamento contrastam com superávit de Bolsonaro.


Presidente Lula | Gazeta do Povo | Reprodução
Presidente Lula | Gazeta do Povo | Reprodução

Brasília, 6 de março de 2025 – O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta críticas crescentes devido ao aumento da dívida pública federal, que atingiu R$ 6,8 trilhões em 2024, segundo estimativas do Tesouro Nacional, enquanto o governo anterior, de Jair Bolsonaro, encerrou seu mandato com um superávit primário e dinheiro em caixa. A narrativa de que Lula está deixando o país endividado ganhou força entre opositores, que apontam para déficits fiscais consecutivos e uma gestão financeira considerada perdulária, em contraste com o saldo positivo herdado em janeiro de 2023.


Ao fim de 2022, o governo Bolsonaro entregou um superávit primário de R$ 64,8 bilhões, equivalente a 0,6% do PIB, conforme dados do Banco Central, marcando o primeiro resultado positivo desde 2013. Esse desempenho foi impulsionado por uma arrecadação recorde de R$ 2,2 trilhões, beneficiada pela alta de commodities e pela retomada econômica pós-pandemia, além de uma política de contenção de gastos que incluiu a redução de investimentos públicos e a não reposição de servidores. O caixa do Tesouro Nacional, medido pela Conta Única, fechou o ano com cerca de R$ 1,1 trilhão em reservas líquidas, um montante robusto que, segundo aliados do ex-presidente, ofereceu ao sucessor uma situação fiscal confortável.


Sob Lula, no entanto, a trajetória mudou. Em 2023, primeiro ano de seu terceiro mandato, o governo registrou um déficit primário de R$ 230,5 bilhões (2,1% do PIB), o pior resultado em sete anos, excluindo o auge da pandemia em 2020. Em 2024, projeções do Ministério da Fazenda indicam outro déficit, estimado em R$ 256 bilhões, elevando a dívida bruta do governo geral a 78,1% do PIB – um salto de 6,4 pontos percentuais desde o fim de 2022, quando estava em 71,7%. O aumento reflete uma combinação de gastos ampliados, como a expansão do Bolsa Família e o reajuste do salário mínimo acima da inflação, aliados a uma arrecadação que, apesar de crescer, não acompanhou o ritmo das despesas.


O governo Lula justifica o endividamento como necessário para cumprir promessas sociais e reverter o que classifica como “terra arrasada” deixada por Bolsonaro. Em 2023, o programa Desenrola renegociou R$ 11,7 bilhões em dívidas de famílias, e o Pé-de-Meia, lançado em 2024, destinou R$ 7 bilhões a estudantes do ensino médio. A equipe econômica, liderada por Fernando Haddad, também aponta a aprovação do novo arcabouço fiscal como um sinal de compromisso com a sustentabilidade, prevendo zerar o déficit até 2026. “Herdamos um país com alta pobreza e inflação reprimida. Estamos reconstruindo com responsabilidade”, defendeu Haddad em entrevista recente.


Críticos, porém, contestam essa narrativa. Dados do Tesouro mostram que o superávit de 2022 veio com um colchão de liquidez que Lula poderia ter usado para evitar déficits imediatos, mas escolhas como a criação de 40 ministérios – contra 23 no governo anterior – e a resistência a cortes de gastos elevaram as despesas em 12,4% em 2023, ajustadas pela inflação. “O governo passado deixou dinheiro em caixa, e Lula o gastou em um ano, endividando o país em trilhões”, afirmou o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) em pronunciamento. Posts no X ecoam essa visão, com frases como “Bolsonaro deixou R$ 1 trilhão no caixa, e Lula transformou em dívida em 24 meses”.


A realidade, contudo, é mais matizada. O superávit de Bolsonaro foi em parte artificial, sustentado por uma queda de 18% nos investimentos públicos em 2022 (R$ 42 bilhões) e pelo adiamento de despesas obrigatórias, como precatórios, que somaram R$ 89 bilhões e foram empurrados para 2023 via emenda constitucional. Já o governo Lula enfrentou pressões adicionais, como a alta de 39,6% no preço dos alimentos em 2024 e os custos de R$ 50,9 bilhões com as enchentes no Rio Grande do Sul, que levaram à suspensão temporária da dívida estadual. Ainda assim, o crescimento do PIB (2,8% em 2024) não foi suficiente para compensar o ritmo das despesas, e a dívida pública bruta saltou de R$ 5,6 trilhões em 2022 para os atuais R$ 6,8 trilhões.


O contraste entre os dois governos alimenta o debate político. Enquanto aliados de Bolsonaro destacam o caixa positivo como prova de gestão eficiente, apoiadores de Lula argumentam que o superávit mascarou a deterioração social, com 8,9 milhões em extrema pobreza em 2023, contra 5,8 milhões em 2022. O futuro da dívida dependerá da capacidade do governo atual de cumprir o arcabouço fiscal e da pressão do Congresso por medidas de austeridade, em um cenário onde cada real gasto é escrutinado.

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