Peixe-diabo negro é visto pela primeira vez em águas rasas nas Ilhas Canárias
- Editorial O Bahia Post

- 14 de fev.
- 2 min de leitura
Registro raro do predador abissal, conhecido pela animação “Procurando Nemo”, surpreende pesquisadores ao aparecer próximo à superfície na Espanha.

Descoberta inédita em águas superficiais
O peixe-diabo negro (Melanocetus johnsonii), conhecido por sua aparência intimidadora popularizada no filme “Procurando Nemo”, foi flagrado próximo à superfície do mar pela primeira vez. O registro, feito pela ONG Condrik Tenerife, ocorreu nas águas das Ilhas Canárias, na Espanha, e rapidamente viralizou nas redes sociais, acumulando mais de 13 milhões de visualizações.
Tamanho real surpreende o público
Apesar da imagem assustadora projetada pela cultura pop, o tamanho do peixe impressionou por ser muito menor do que o esperado. O vídeo revelou que os machos da espécie medem apenas 3 centímetros, enquanto as fêmeas podem atingir até 20 centímetros. A percepção equivocada do público se deve a fotos ampliadas usadas em materiais científicos e representações midiáticas.
Como o peixe-diabo negro chegou à superfície?
Habitante típico das profundezas oceânicas, entre 200 e 2.000 metros, o aparecimento do peixe em águas rasas intrigou especialistas. Segundo David Jara, fotógrafo de fauna marinha, as possíveis causas incluem:
Doença ou desorientação
Correntes marítimas ascendentes
Fuga de predadores
O espécime morreu poucas horas após ser avistado, fortalecendo a hipótese de que tenha sido forçado à superfície por uma condição extrema.
Registro raro e importância científica
Encontrar esse animal vivo fora de seu habitat é extremamente raro. Até então, os contatos se limitavam a gravações com submarinos ou exemplares mortos. Um dos poucos registros anteriores ocorreu em 2014, quando um peixe-diabo negro foi filmado a 600 metros de profundidade, no cânion submarino de Monterey, na Califórnia.
Após a confirmação da morte, os pesquisadores da ONG Condrik Tenerife recolheram o corpo e o transferiram para o Museu de Natureza e Arqueologia (MUNA), em Santa Cruz de Tenerife, onde será estudado.
O predador das profundezas
Pertencente ao gênero Melanocetus, cujo nome significa “monstro marinho negro”, o peixe-diabo negro é um caçador eficiente:
Utiliza um apêndice bioluminescente com bactérias luminosas como isca para atrair presas.
Libera uma neurotoxina pela pele, que enfraquece ou paralisa a vítima.
Em caso de mordida, a toxina também é injetada através de seus dentes afiados.
Um ciclo de vida único: o macho parasita a fêmea
Entre as características mais curiosas da espécie está seu comportamento reprodutivo. Os machos, que possuem sistema digestivo degenerado, são incapazes de sobreviver sozinhos. Para se alimentar e se reproduzir, eles mordem a pele da fêmea, fundindo seus sistemas circulatórios em um processo químico que os une permanentemente. Assim, o macho se torna um parasita reprodutivo, fornecendo esperma em troca de nutrição, enquanto a fêmea mantém um parceiro fixo para a fecundação.
Impacto da descoberta
O registro reforça a importância da preservação da biodiversidade marinha e da pesquisa sobre as criaturas abissais, cujos hábitos ainda são pouco compreendidos. Segundo especialistas, compreender essas aparições pode ajudar a identificar mudanças climáticas e anomalias nos ecossistemas oceânicos.
























