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Com Lula, Itaú tem o Maior Lucro da História do Brasil

Banco registra R$ 40,3 bilhões em 2024 e reacende debate econômico.


Itaú por Reuters
Itaú por Reuters

São Paulo, 4 de março de 2025 – O Itaú Unibanco anunciou um lucro líquido de R$ 40,3 bilhões em 2024, o maior resultado anual da história de um banco privado no Brasil, consolidando um marco expressivo durante o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


O valor, divulgado em 6 de fevereiro de 2025, supera o recorde anterior do próprio Itaú, de R$ 33,4 bilhões em 2023, representando um aumento de 20,6% em apenas um ano. Esse desempenho histórico, reportado pela instituição financeira controlada pela família Moreira Salles, reacendeu discussões sobre o impacto das políticas econômicas do governo Lula no setor bancário e na distribuição de riqueza no país.


O resultado foi impulsionado por uma combinação de fatores, incluindo a redução da inadimplência na carteira de crédito, que atingiu mínimas históricas, e o crescimento das operações com pessoas jurídicas, especialmente grandes empresas, que expandiram 6,8% em 2024. A carteira de pessoa física também cresceu, em menor escala, com alta de 4,3%, enquanto as receitas com serviços e seguros contribuíram para o fortalecimento do balanço. Considerando o lucro líquido gerencial – métrica ajustada que reflete a operação recorrente do banco –, o valor alcança R$ 41,4 bilhões, reforçando a posição do Itaú como líder entre os bancos privados brasileiros, à frente do Bradesco (R$ 19 bilhões) e do Santander (R$ 13,8 bilhões).


O lucro recorde ocorre em um contexto de crescimento econômico moderado sob o governo Lula, que assumiu em janeiro de 2023. Em 2024, o PIB brasileiro avançou 2,8%, segundo estimativas preliminares do IBGE, sustentado por políticas como o aumento do salário mínimo e a ampliação de programas sociais, como o Bolsa Família e o Pé-de-Meia. Esses fatores elevaram o consumo das famílias, que atingiu um rendimento médio de R$ 3.210 no último trimestre, conforme o IBGE, beneficiando indiretamente o setor financeiro por meio de maior demanda por crédito e serviços bancários. “O cenário favoreceu a estabilidade do mercado, com inflação controlada em 4,2% e um aumento na confiança do consumidor”, analisou Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central, em entrevista recente.


A família Moreira Salles, uma das controladoras do Itaú, também ganhou destaque no noticiário por seu apoio político a Lula. Em 2022, os irmãos Walter e João Moreira Salles doaram R$ 2,2 milhões para campanhas de candidatos alinhados ao presidente, incluindo nomes como Marcelo Freixo (PSB-RJ) e Tião Viana (PT-AC).


Em 2024, as doações continuaram, totalizando R$ 720 mil para partidos como PT, PSB e Psol, refletindo uma relação histórica entre os acionistas do banco e a esquerda brasileira. Walter Salles, cineasta premiado por filmes como “Ainda Estou Aqui” – indicado ao Oscar 2025 –, já declarou publicamente seu apoio às políticas de inclusão social do governo, enquanto João mantém um perfil mais discreto nos negócios.


A notícia do lucro histórico, however, gerou reações mistas. Para apoiadores do governo Lula, o desempenho do Itaú demonstra a solidez econômica do país sob a gestão petista, que criou 2,2 milhões de empregos formais desde 2023 e reduziu a pobreza extrema em 5%, segundo o IBGE. “Os bancos lucram porque a economia está girando, com mais gente consumindo e investindo”, afirmou um economista ligado ao PT em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. Críticos, por outro lado, apontam uma contradição entre o discurso de combate às desigualdades e os ganhos exorbitantes do setor financeiro. “Enquanto o governo fala em taxar fortunas, os banqueiros amigos de Lula batem recordes de lucro”, escreveu um usuário no X, ecoando um sentimento de desconfiança que circula nas redes sociais.


O contraste entre o lucro do Itaú e os desafios sociais do Brasil é evidente. Apesar dos avanços, o país ainda registra 8,9 milhões de pessoas em situação de extrema pobreza, conforme dados do Cadastro Único, e enfrenta uma inflação de alimentos que pressiona itens básicos, como o café (alta de 39,6% em 12 meses) e o leite (18,83%). O governo anunciou planos para taxar grandes fortunas e lucros acima de R$ 50 milhões, mas a proposta, em tramitação no Congresso, enfrenta resistência de parlamentares da oposição e do centrão, que alegam risco de fuga de capitais. “O lucro dos bancos reflete o modelo econômico atual, mas não podemos ignorar que ele não chega aos mais pobres”, analisou Maria Helena Passos, economista da USP, ao portal G1.


O Itaú, por sua vez, justificou o resultado como fruto de uma gestão eficiente e de uma estratégia focada em clientes resilientes às oscilações econômicas. Milton Maluhy Filho, CEO do banco, declarou em coletiva de imprensa que “o cenário para 2025 será mais contracionista devido à política monetária, mas estamos preparados para manter resultados consistentes”. A instituição também destacou que seu lucro líquido recorrente no quarto trimestre de 2024 foi de R$ 10,88 bilhões, um aumento de 2% em relação ao trimestre anterior, consolidando a tendência de crescimento ao longo do ano.


O lucro histórico do Itaú permanece um ponto de inflexão no debate econômico do governo Lula. Para alguns, é a prova de um Brasil em retomada; para outros, um símbolo de desigualdade que desafia o discurso de justiça social. Com a inflação sob controle e o PIB em leve alta, o recorde do Itaú reflete um momento de prosperidade para o setor financeiro, mas também um desafio para que os ganhos cheguem a todos os brasileiros.

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