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Deficit Anualizado do Setor Público cai para R$ 956,5 Bilhões em Janeiro de 2025

Deficit anualizado do setor público cai para R$ 956,5 bilhões em janeiro de 2025.


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São Paulo, 14 de março de 2025 – O setor público consolidado brasileiro registrou uma queda no déficit anualizado em janeiro de 2025, alcançando R$ 956,5 bilhões nos 12 meses encerrados no primeiro mês do ano, conforme dados divulgados nesta sexta-feira, 14 de março, pelo Banco Central do Brasil (BC).


Esse montante reflete o resultado nominal, que combina o déficit primário de R$ 45,6 bilhões acumulado no mesmo período com os gastos de R$ 910,9 bilhões referentes aos juros da dívida pública. A redução do déficit total, em comparação com os R$ 998 bilhões registrados em 2024, sinaliza uma melhora nas contas públicas, embora os elevados custos com juros continuem a pressionar as finanças do país.


O déficit primário, que exclui os gastos com juros e mede a diferença entre receitas e despesas operacionais do setor público (governo federal, estados, municípios e empresas estatais, exceto Petrobras e Eletrobras), foi de R$ 45,6 bilhões nos 12 meses até janeiro. Esse valor equivale a 0,38% do Produto Interno Bruto (PIB), uma melhora em relação ao déficit de R$ 47,6 bilhões (0,4% do PIB) apurado ao longo de todo o ano de 2024.


A trajetória de redução do déficit primário anualizado – que em 2023 alcançara R$ 249,1 bilhões (2,29% do PIB) – reflete esforços do governo para equilibrar as contas, incluindo o controle de despesas e o aumento da arrecadação, apesar de desafios como os gastos extraordinários com precatórios e calamidades no ano anterior.


Os juros da dívida pública, por outro lado, seguem como o principal componente do déficit nominal, totalizando R$ 910,9 bilhões nos 12 meses até janeiro de 2025.


Esse valor representa uma queda de 4,2% em relação aos R$ 950,4 bilhões acumulados até dezembro de 2024, que marcou o maior nível histórico da série do BC. A redução nos gastos com juros é parcialmente explicada pela estabilização da taxa Selic, que está acima de dois dígitos desde fevereiro de 2022, mas também por ajustes cambiais e pela política monetária conduzida pelo Banco Central. Ainda assim, os juros consomem uma fatia expressiva do orçamento, limitando os recursos disponíveis para investimentos em áreas como saúde, educação e infraestrutura.


O déficit nominal anualizado de R$ 956,5 bilhões, equivalente a cerca de 8,1% do PIB (considerando um PIB estimado de R$ 11,8 trilhões para 2025), é um indicador acompanhado de perto por investidores e agências de classificação de risco, como Moody’s e Fitch, pois reflete a capacidade do governo de financiar suas despesas totais, incluindo o serviço da dívida.


A melhora em relação aos R$ 998 bilhões de 2024 (8,45% do PIB) sugere um avanço na gestão fiscal, mas o patamar ainda elevado mantém o Brasil acima da média de países emergentes, onde o déficit nominal raramente ultrapassa 5% do PIB, segundo parâmetros do Fundo Monetário Internacional (FMI).


A dívida bruta do governo geral, que abrange os passivos de União, estados e municípios, fechou janeiro de 2025 em cerca de R$ 8,9 trilhões, ou 75,5% do PIB, uma leve redução frente aos 76,1% do PIB registrados em dezembro de 2024 (R$ 8,8 trilhões). Já a dívida líquida do setor público, que desconta os ativos financeiros, como reservas internacionais, situou-se em R$ 7,1 trilhões, ou 60,2% do PIB, também inferior aos 61,8% do PIB de 2024. Esses números indicam uma desaceleração no ritmo de endividamento, mas o peso dos juros continua a desafiar a sustentabilidade fiscal de longo prazo.


Para 2025, o governo brasileiro mantém a meta de zerar o déficit primário, com uma tolerância de até 0,25% do PIB (cerca de R$ 29,5 bilhões), conforme o arcabouço fiscal aprovado em 2023.


A queda no déficit anualizado até janeiro é um sinal positivo, mas especialistas alertam que o elevado custo dos juros – ainda próximo de R$ 1 trilhão anuais – exige medidas adicionais, como reformas estruturais e aumento do superávit primário para estabilizar a dívida em relação ao PIB. O desafio será equilibrar o controle fiscal com as demandas por investimentos sociais e infraestrutura em um ano que já começa com sinais de recuperação, mas também de cautela.

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