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Exclusivo: Israel Envia Equipe de Elite à Casa Branca para Debater Irã, diz Axios

Consultas estratégicas na próxima semana visam alinhar ações contra Teerã.


Casa Branca| Reuters | Reprodução
Casa Branca| Reuters | Reprodução

Washington, 20 de março de 2025 – Uma delegação israelense de alto escalão deve chegar à Casa Branca no início da próxima semana, entre 24 e 25 de março, para discussões críticas sobre o Irã, conforme reportagem do Axios publicada hoje, 20 de março.


Liderada pelo ministro de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, e pelo conselheiro de Segurança Nacional, Tzachi Hanegbi, a equipe se reunirá com autoridades americanas, incluindo o conselheiro de Segurança Nacional de Donald Trump, Mike Waltz, para alinhar estratégias diante da ameaça nuclear iraniana.


O encontro, o primeiro do U.S.-Israel Strategic Consultative Group (SCG) desde a posse de Trump em janeiro, ocorre em um momento de alta tensão, com o presidente americano dando a Teerã um prazo de dois meses para negociar um novo acordo nuclear, sob ameaça de ação militar.


O Axios destaca que a visita reflete a percepção de Israel de que as chances de um acordo com o Irã são baixas. “Netanyahu e sua equipe querem garantir uma posição conjunta com os EUA caso a situação escale para o uso de força,” afirmou uma fonte israelense ao site.


A urgência das consultas é impulsionada por eventos recentes, como os ataques israelenses de outubro de 2024 contra defesas aéreas iranianas, que expuseram vulnerabilidades em Teerã, e pela carta de Trump ao líder supremo iraniano, Aiatolá Ali Khamenei, propondo negociações com prazo até maio de 2025, conforme noticiado pelo The Times of Israel em 19 de março.


A Casa Branca, segundo o Axios, vê o SCG como o principal fórum para coordenar políticas sobre o programa nuclear do Irã, uma prática iniciada em 2009 sob o codinome “Opal” durante a administração Obama.


O Irã, por sua vez, enfrenta pressão crescente. Após o ataque de mísseis balísticos contra Israel em 1º de outubro de 2024 – uma resposta à morte de líderes do Hamas e Hezbollah – e a retaliação israelense semanas depois, o regime de Khamenei rejeitou negociações iniciais, chamando a proposta americana de “decepção,” segundo a Reuters em 20 de março.


Os EUA, que ajudaram a interceptar quase 200 mísseis iranianos em outubro, impuseram sanções adicionais ao Irã, mas Trump agora eleva o tom, sugerindo strikes militares como alternativa. “Há duas formas de lidar com o Irã: militarmente ou com um acordo. Prefiro um acordo, mas não vou esperar indefinidamente,” disse o presidente em entrevista à Fox News na semana passada, conforme citado pelo Axios.


A delegação israelense chega em um contexto de instabilidade regional. A guerra em Gaza, iniciada em 7 de outubro de 2023, e os confrontos com o Hezbollah no Líbano, intensificados desde setembro de 2024, serão tópicos secundários nas discussões, mas o foco principal é o programa nuclear iraniano.


O Washington Post relatou em 12 de fevereiro que a inteligência americana prevê um ataque israelense às instalações de Fordow e Natanz nos próximos seis meses, uma projeção que os documentos da próxima semana podem refinar. Israel, que bombardeou alvos iranianos em outubro de 2024, acredita que o enfraquecimento das defesas de Teerã cria uma janela de oportunidade, mas quer o aval tácito dos EUA para qualquer ação futura.


O SCG, composto por representantes do Pentágono, do Departamento de Estado e da comunidade de inteligência americana, discutirá não apenas o nuclear, mas também as negociações de fronteira entre Israel e Líbano, mediadas por Amos Hochstein, enviado especial dos EUA.


O Axios nota que o governo Trump busca “desescalada com dissuasão,” equilibrando apoio a Israel com a meta de evitar uma guerra total no Oriente Médio. “Queremos que o Irã pare seus ataques diretos contra Israel,” disse um oficial sênior americano ao site, referindo-se aos episódios de abril e outubro de 2024, quando Teerã lançou ofensivas em retaliação a ações israelenses.


Historicamente, a relação EUA-Israel sobre o Irã é marcada por tensões e alinhamentos. Em 2018, Trump retirou os EUA do acordo nuclear de 2015 (JCPOA), intensificando sanções que devastaram a economia iraniana, enquanto Israel apoiou a decisão e ampliou operações secretas contra Teerã, como o assassinato de cientistas nucleares.


O Reuters lembrou que, em abril de 2024, os EUA ajudaram a repelir um ataque iraniano com 300 drones e mísseis, mas Biden evitou escalada direta. Agora, com Trump no comando, a postura é mais agressiva, e a reunião da próxima semana pode definir os próximos passos.


No Brasil, o tema tem relevância indireta, mas significativa. O governo brasileiro, que mantém relações diplomáticas com o Irã, acompanha os desdobramentos com cautela. O Estadão reportou em 2023 que o comércio bilateral com Teerã, focado em carne e grãos, atingiu US$ 5 bilhões, e uma escalada militar poderia afetar esses laços.


Especialistas locais, como Oliver Stuenkel, da FGV, alertaram ao Folha de S.Paulo em 2024 que um conflito aberto entre Israel e Irã poderia elevar os preços do petróleo, impactando a inflação no Brasil, que já enfrenta desafios econômicos em 2025.


A ameaça nuclear iraniana é o cerne das discussões. O The Times of Israel informou que o Irã, desde 2019, violou limites do JCPOA, enriquecendo urânio a 60%, próximo do nível militar de 90%. Um ataque israelense, seja com mísseis balísticos lançados à distância ou bombas bunker-buster BLU-109 (vendidas pelos EUA a Israel em 2025, segundo o Washington Post), poderia atrasar o programa em meses, mas incentivaria Teerã a buscar armas nucleares, dizem analistas da Foreign Policy. A Casa Branca, ciente disso, tenta equilibrar apoio a Israel com a busca por uma solução diplomática.


O encontro também reflete a dinâmica interna de Trump. Após vencer as eleições de 2024, ele nomeou aliados como Waltz e Marco Rubio (secretário de Estado) para reforçar uma política de “paz através da força,” segundo o State Department em 17 de março.


A carta a Khamenei, entregue via Emirados Árabes Unidos, foi descrita como “dura” pelo Axios, rejeitando negociações prolongadas e prometendo consequências severas. Netanyahu, por sua vez, busca alinhar sua agenda de segurança com a Casa Branca, especialmente após críticas internas por falhas na guerra de Gaza.


A reunião da próxima semana pode ser um divisor de águas. Se os EUA e Israel optarem por uma postura militar, o risco de uma guerra regional cresce, envolvendo proxies iranianos como o Hezbollah e os Houthis.


Caso prevaleça a diplomacia, o prazo de dois meses será decisivo. Enquanto isso, o mundo observa, e o Brasil, mesmo à distância, sente os ecos de uma crise que pode redefinir o equilíbrio global.

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