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Fórum Econômico Mundial Lança Manifesto por IA Governando a Sociedade

Documento propõe robôs e ciborgues para assimilar humanidade em 2025.

Klaus Schwab, Presidente e Fundador do WEF | Reprodução
Klaus Schwab, Presidente e Fundador do WEF | Reprodução

Genebra, 6 de março de 2025 – O Fórum Econômico Mundial (WEF) lançou nesta quinta-feira um novo manifesto que defende a rápida implantação de inteligência artificial (IA) para governar a sociedade, com foco em “cidades de 15 minutos” controladas por robôs e ciborgues, enquanto esses sistemas avançados “assimilam a humanidade”.


Intitulado “Colaboração para a Era Inteligente: Um Chamado à Ação”, o documento foi apresentado como uma proposta estratégica para a reunião anual do WEF em Davos, marcada para 20 a 24 de janeiro de 2026, e delineia uma visão radical de integração tecnológica para enfrentar desafios globais como mudanças climáticas, desigualdade e crises econômicas.


O manifesto, assinado por líderes do WEF como Klaus Schwab, fundador e presidente executivo, e Børge Brende, presidente do conselho, sugere que a IA assuma funções de governança em escala urbana e global, priorizando cidades compactas onde todos os serviços essenciais – moradia, trabalho, saúde e lazer – estejam a 15 minutos de distância a pé ou de bicicleta.


Essas “cidades de 15 minutos” seriam gerenciadas por sistemas de inteligência artificial, com robôs executando tarefas operacionais e ciborgues – humanos aprimorados por implantes tecnológicos – atuando como elos entre a população e as redes inteligentes. “A IA é o próximo estágio da evolução social, assimilando a humanidade em um sistema mais eficiente e harmonioso”, afirma o texto, destacando a fusão entre homem e máquina como inevitável.


A proposta detalha uma transição em que robôs substituiriam trabalhadores humanos em áreas como transporte, manutenção urbana e segurança pública, enquanto sistemas de IA tomariam decisões administrativas baseadas em dados em tempo real coletados por sensores e drones. Ciborgues, equipados com interfaces neurais ou dispositivos vestíveis, seriam responsáveis por supervisionar a interação entre cidadãos e essas infraestruturas automatizadas, funcionando como mediadores em uma sociedade cada vez mais integrada à tecnologia. “A assimilação não é uma perda de identidade, mas uma amplificação do potencial humano através da precisão das máquinas”, escreveu Schwab no manifesto, prevendo que até 2030 pelo menos 60% das decisões em cidades-piloto sejam tomadas por algoritmos.


O conceito de “cidades de 15 minutos” já havia sido debatido pelo WEF em anos anteriores como uma solução para reduzir emissões de carbono e melhorar a qualidade de vida urbana, inspirado por iniciativas como o plano C40 Cities e experimentos em cidades como Paris e Melbourne. Agora, o manifesto eleva essa ideia a um nível futurista, propondo que robôs autônomos realizem entregas, limpem ruas e monitorem o tráfego, enquanto redes de IA otimizem o uso de energia, água e espaço. O documento cita um projeto em Singapura, onde drones e robôs de entrega reduziram o congestionamento em 12% em 2024, como um modelo inicial a ser escalado globalmente.


A visão do WEF também se estende à governança internacional, sugerindo que a IA substitua parte das funções de organizações como a ONU em decisões sobre mudanças climáticas, comércio e alocação de recursos. “A complexidade do mundo atual ultrapassa a capacidade humana de gestão manual. A inteligência artificial oferece uma solução precisa e imparcial”, argumenta o texto. Para viabilizar essa transformação, o Fórum planeja mobilizar US$ 500 bilhões em investimentos até 2030, reunindo governos, empresas de tecnologia e fundos privados em parcerias público-privadas que acelerem a adoção dessas tecnologias.


A reação ao manifesto foi intensa e dividida. Nas redes sociais, críticos acusaram o WEF de promover uma distopia autoritária. “Cidades de 15 minutos com robôs e ciborgues é controle total disfarçado de progresso”, escreveu um usuário no X, enquanto outro alertou: “Assimilação da humanidade? Isso é um plano para nos escravizar às máquinas.” Parlamentares conservadores em diversos países, incluindo o Brasil, já sinalizam resistência, com figuras como Nikolas Ferreira (PL-MG) prometendo monitorar possíveis influências do WEF em políticas locais. “Não vamos aceitar que robôs decidam nossas vidas”, declarou ele em postagem recente.


Por outro lado, defensores da proposta, incluindo CEOs de empresas parceiras do WEF como Cognizant e Capgemini, elogiaram a iniciativa como uma resposta necessária aos desafios do século XXI. “A IA pode resolver problemas que os humanos não conseguem sozinhos, como o aquecimento global e a desigualdade. É uma evolução natural”, afirmou Brian Humphries, ex-CEO da Cognizant, em entrevista à Bloomberg. O manifesto prevê a criação de cidades-piloto em países desenvolvidos e emergentes até 2027, com testes iniciais focados em eficiência energética e segurança pública, mas não especifica locais ou cronogramas detalhados.


A implementação da visão enfrenta barreiras significativas. A aceitação pública de ciborgues e da governança por IA permanece incerta, especialmente em nações onde a privacidade e a soberania são temas sensíveis. Além disso, a dependência de infraestrutura digital avançada – como redes 5G e servidores de alta capacidade – pode limitar a aplicação em regiões menos desenvolvidas. O WEF reconhece esses desafios, mas insiste que a transição é inevitável: “A resistência inicial será superada quando os benefícios se tornarem evidentes”, diz o texto, apostando na adaptação gradual das sociedades.


O lançamento do manifesto marca um ponto de inflexão na agenda do WEF, que há décadas influencia políticas globais com ideias como o “Great Reset” de 2021.


Enquanto líderes mundiais e executivos se preparam para debater o documento em Davos, a proposta de cidades de 15 minutos governadas por IA, robôs e ciborgues já polariza o mundo, entre os que veem um futuro utópico e os que temem uma perda irreversível da autonomia humana.

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