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Morre o Co-CEO da Samsung Electronics, Han Jong-hee, aos 63 Anos

Jun Young-hyun assume comando após morte por ataque cardíaco.


Han Jong-hee | Reprodução
Han Jong-hee | Reprodução

São Paulo, 25 de março de 2025 – A Samsung Electronics anunciou nesta terça-feira que seu co-CEO, Han Jong-hee, morreu aos 63 anos devido a um ataque cardíaco, deixando o recém-nomeado Jun Young-hyun como o único responsável pela gigante tecnológica sul-coreana.


Han, que liderava as divisões de eletrônicos de consumo e dispositivos móveis desde 2022, faleceu em um hospital enquanto recebia tratamento para uma parada cardíaca, segundo um porta-voz da empresa. A morte ocorre em um momento crítico para a Samsung, que enfrenta desafios no mercado de semicondutores e incertezas comerciais globais, especialmente com a posse iminente de Donald Trump nos Estados Unidos.


Han Jong-hee ingressou na Samsung há quase 40 anos e construiu uma carreira notável no segmento de televisores, elevando a empresa à posição de líder global nesse mercado. Nomeado vice-presidente e co-CEO em 2022, ele dividia a liderança com Jun Young-hyun, que assumiu o comando da divisão de semicondutores em 2024, promovido a co-CEO na semana passada, durante a assembleia anual de acionistas em 19 de março.


A empresa informou em um comunicado à bolsa de valores que Jun agora será o CEO único, mas não anunciou planos imediatos para substituir Han em seu cargo. As ações da Samsung permaneceram estáveis no pregão da manhã em Seul após a notícia.


A trajetória de Han na Samsung começou em 1988, quando ele entrou na divisão de vídeo após se formar em engenharia elétrica pela Universidade Inha. Ao longo das décadas, ele foi essencial para o desenvolvimento e marketing de televisores, liderando a transição para tecnologias como LED e consolidando a dominância da empresa no setor.


Sob sua gestão, a Samsung manteve a liderança global no mercado de TVs por 19 anos consecutivos, um feito destacado em comunicados recentes da companhia.


Ele também supervisionava a produção de dispositivos móveis e eletrodomésticos, áreas que enfrentam crescente competição de rivais chineses e incertezas relacionadas a tarifas comerciais.


A morte de Han acontece dias após ele presidir a assembleia de acionistas em Suwon, onde pediu desculpas pelo desempenho fraco das ações da Samsung em 2024. Durante o evento, ele alertou que 2025 seria um ano desafiador devido às políticas econômicas de grandes mercados, incluindo possíveis tarifas impostas por Trump, e prometeu responder com flexibilidade por meio da cadeia global de suprimentos da empresa.


Han também mencionou planos de buscar fusões e aquisições significativas para impulsionar o crescimento, especialmente no setor de semicondutores, onde a Samsung perdeu terreno para concorrentes como SK Hynix e TSMC no mercado de chips para inteligência artificial.


Jun Young-hyun, agora à frente da Samsung, assume em um momento de transição delicada. Nomeado co-CEO em 19 de março, ele liderava a divisão de semicondutores desde maio de 2024, trazendo experiência de décadas no desenvolvimento de chips de memória DRAM.


A unidade, que já foi a mais lucrativa da empresa, tem enfrentado dificuldades para acompanhar a demanda por chips de alta largura de banda (HBM) usados em aplicações de IA, um segmento dominado por rivais.


A saída abrupta de Han coloca pressão adicional sobre Jun para reestruturar o negócio de semicondutores e manter a competitividade em eletrônicos de consumo, enquanto a empresa navega por um cenário econômico global incerto.


A Samsung vem lidando com ventos contrários nos últimos trimestres. Em 2024, suas ações registraram um dos piores desempenhos entre as grandes empresas de tecnologia, refletindo lucros fracos e a incapacidade de capitalizar o boom da inteligência artificial.


A divisão de chips, em particular, sofreu com a queda na demanda por semicondutores tradicionais e atrasos na produção de chips avançados, enquanto concorrentes como a TSMC expandiram contratos com gigantes como Nvidia.


A morte de Han, que era visto como uma figura estabilizadora no lado de eletrônicos de consumo, pode gerar preocupações entre investidores sobre a direção estratégica da companhia no curto prazo.


Analistas apontam que a ausência de Han pode impactar áreas como marketing e inovação em eletrodomésticos, setores nos quais ele desempenhava um papel ativo. Durante a assembleia da semana passada, acionistas questionaram a liderança sobre a falta de resposta ao avanço da IA e a queda no valor de mercado, que já foi o maior da Coreia do Sul.


Han prometeu que a empresa buscaria “resultados tangíveis” em 2025, mas sua morte repentina deixa essas metas nas mãos de Jun, que terá de equilibrar os desafios das duas principais divisões da Samsung sem um parceiro na co-CEO.


A estrutura de liderança compartilhada da Samsung, que tradicionalmente separa os negócios de semicondutores e eletrônicos de consumo, é comum na empresa há anos.


Han assumiu o comando da divisão de dispositivos em 2022, após uma carreira que incluiu cargos como chefe da divisão de displays visuais em 2017. Sua experiência em transformar o negócio de TVs em um líder global foi amplamente reconhecida, mas os últimos anos trouxeram desafios adicionais, como a perda da liderança no mercado de smartphones para a Apple e a ascensão de marcas chinesas em eletrodomésticos.


No Brasil, onde a Samsung opera fábricas em Manaus e Campinas, a notícia foi recebida com atenção pelo mercado. A empresa é uma das líderes em vendas de smartphones e TVs no país, e mudanças na liderança global podem influenciar estratégias locais, especialmente em um cenário de alta competição com marcas chinesas como Xiaomi.


Embora o impacto imediato seja limitado, a sucessão na Samsung será observada de perto por parceiros e consumidores brasileiros, que dependem de seus produtos em diversas categorias.


A morte de Han Jong-hee também levanta questões sobre a sucessão na Samsung, uma empresa historicamente marcada por transições familiares e corporativas complexas.


Após a morte de Lee Kun-hee, presidente do conselho, em 2020, a liderança passou para seu filho, Lee Jae-yong, que enfrentou batalhas legais antes de assumir plenamente o controle. A ausência de um substituto imediato para Han sugere que a empresa pode optar por manter Jun como CEO único temporariamente, enquanto avalia opções internas ou externas para o cargo vago.


A Samsung não divulgou detalhes sobre o funeral de Han ou planos para homenageá-lo, mas um porta-voz confirmou que ele deixa esposa e três filhos. Sua partida encerra uma carreira de quase quatro décadas na empresa, durante a qual ele ajudou a moldar o mercado global de eletrônicos de consumo.


Para Jun Young-hyun, o desafio é imediato: liderar a Samsung em um ano que Han já previa como difícil, com a tarefa de recuperar o brilho de uma das maiores empresas de tecnologia do mundo em meio a uma transição inesperada.

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