Tesla Reforça Segurança com Sentry Mode após Ataques Violentos, diz Elon Musk
- Editorial O Bahia Post

- 20 de mar.
- 5 min de leitura
Modo Sentinela é ativado em todos os veículos nas lojas para proteger patrimônio.

São Paulo, 20 de março de 2025 – Elon Musk, CEO da Tesla, anunciou hoje, 20 de março, que a empresa intensificou as medidas de segurança em suas lojas nos Estados Unidos e ativou o Sentry Mode em todos os veículos estacionados nesses locais, em resposta a uma onda de ataques violentos contra instalações da montadora.
A decisão, comunicada por Musk em um pronunciamento oficial, reflete a crescente preocupação com a segurança de showrooms, estações de carregamento e veículos da marca, alvos de vandalismo e incêndios desde o início de 2025.
O Sentry Mode, um sistema de vigilância integrado aos carros da Tesla, passa a ser a principal ferramenta para monitorar e deter essas ameaças.
Os ataques, que começaram a se intensificar em janeiro, incluem incidentes como o incêndio de cinco veículos em um centro de serviços em Las Vegas no dia 18 de março e a vandalização de três carros em Dedham, Massachusetts, em 11 de março, conforme reportado pela Reuters em 19 de março.
Analistas associam essa violência à polarização em torno de Musk, que assumiu um papel proeminente na administração do presidente Donald Trump como chefe do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), cortando gastos federais e gerando controvérsias. “A Tesla aumentou a segurança e ativou o Sentry Mode em todos os veículos nas lojas,” disse Musk, destacando uma solução prática e de baixo custo para enfrentar a crise, segundo cobertura da Electrek no mesmo dia.
O Sentry Mode, introduzido em 2019, utiliza as câmeras externas dos veículos Tesla – parte do hardware do Autopilot presente em todos os modelos desde 2017 – para monitorar o entorno quando o carro está estacionado.
O sistema opera em três estados: “Standby”, onde grava continuamente; “Alert”, que exibe avisos na tela central (como o olho vermelho do HAL 9000 de 2001: Uma Odisseia no Espaço) se detecta ameaças leves; e “Alarm”, que dispara sirenes, pisca faróis e toca música em volume máximo diante de riscos graves, como tentativas de arrombamento.
O The Verge relatou em 2019 que o recurso já capturou desde pequenos furtos até acidentes, provando sua eficácia. Agora, ativado em massa nas lojas, ele visa proteger um patrimônio estimado em milhões de dólares.
A onda de violência contra a Tesla começou a ganhar força após a posse de Trump em 20 de janeiro de 2025, com Musk emergindo como uma figura influente e alvo de críticas.
O Forbes documentou em 12 de março uma série de incidentes: quatro Cybertrucks incendiados em Seattle no dia 9, tiros disparados contra uma concessionária em Salem, Oregon, em 19 de fevereiro, e ataques com coquetéis molotov em North Charleston, Carolina do Sul, em 7 de março.
Esses atos, alguns acompanhados de pichações como “RESIST” e “No Musk”, parecem ligados a protestos contra as políticas de Musk no DOGE, que incluem cortes drásticos em empregos federais e programas sociais, segundo a Associated Press em 19 de março.
A Tesla, que em 2024 reportou vendas globais de 1,81 milhão de veículos (Electrek), enfrenta um momento delicado. As ações da empresa caíram 48% desde janeiro, conforme o CNBC em 19 de março, refletindo não só a concorrência crescente de marcas como BYD e Rivian, mas também o impacto da associação de Musk com Trump.
O Fortune revelou ontem que proprietários de Tesla estão pedindo a Musk um recurso de alerta mais robusto no Sentry Mode, temendo ataques a seus carros pessoais. A ativação do sistema nas lojas é vista como uma resposta direta a essa pressão, aproveitando uma tecnologia já existente para evitar custos adicionais com segurança privada.
No Brasil, onde a Tesla ainda não tem lojas oficiais, mas planeja expansão com a abertura de uma fábrica em São Paulo anunciada em 2024 (Estadão), o impacto é indireto. Revendedores de veículos importados em cidades como Salvador relatam receio de represálias, dado o perfil global da marca. “A imagem da Tesla está atrelada ao Musk, e isso pode respingar aqui,” disse um comerciante local ao Correio em 18 de março, destacando a venda de modelos como o Cybertruck, que chega ao país via importação independente.
O Sentry Mode já provou seu valor em situações anteriores. Em 2020, o Teslarati publicou vídeos de proprietários que usaram as gravações para identificar vândalos, incluindo um caso em que um ladrão foi pego em flagrante tentando arrombar um Model 3.
Agora, com todos os carros nas lojas – de Model Y a Cybertrucks – funcionando como sentinelas 24 horas por dia, a Tesla cria uma rede de vigilância que pode deter criminosos e fornecer provas às autoridades. “Cada veículo é um olho que não pisca,” descreveu a Wired em 2023, ao analisar o potencial do sistema em larga escala.
A medida, porém, não é isenta de desafios. O The Verge apontou em 2024 que o Sentry Mode consome bateria significativa – cerca de 1 kWh por dia – o que pode exigir recargas frequentes nas lojas. Além disso, a ativação constante pode gerar falsos alarmes, como em casos de funcionários ou clientes passando perto dos carros, algo que a Tesla precisará ajustar. Mesmo assim, o custo energético é inferior ao de contratar seguranças ou reconstruir instalações danificadas, que em Las Vegas chegaram a US$ 500 mil, segundo estimativas da polícia local citadas pela Associated Press.
Autoridades americanas reagiram fortemente aos ataques. A procuradora-geral Pam Bondi classificou os incidentes como “terrorismo doméstico” em 19 de março (ABC News), prometendo penas mínimas de cinco anos para os responsáveis.
O FBI investiga os casos, incluindo o de Lucy Grace Nelson, presa em fevereiro por vandalizar uma concessionária no Colorado com coquetéis molotov (Forbes). Trump, por sua vez, defendeu a Tesla, dirigindo um Cybertruck em 17 de março para mostrar apoio, conforme o Newsweek, enquanto a Casa Branca condenou os atos como “desprezíveis” (CNN Business).
A violência contra a Tesla reflete um fenômeno maior de polarização.
Ambientalistas, que antes viam a empresa como aliada na luta contra combustíveis fósseis, agora a criticam por Musk ter se alinhado a políticas de direita, como o apoio a Trump e cortes em ciência climática (PBS News). Isso contrasta com o início da Tesla, quando o Roadster de 2008 simbolizou inovação verde. Em 2025, a marca enfrenta um dilema: manter sua missão ou lidar com o estigma de seu fundador.
A ativação do Sentry Mode nas lojas é um passo pragmático, mas não resolve a raiz do problema. Enquanto Musk segue no DOGE – equilibrando Tesla, SpaceX e X, como admitiu ao Fox Business em 17 de março –, os ataques podem persistir.
Para a Tesla, o sistema é uma barreira imediata; para o futuro, a empresa precisará navegar entre segurança, reputação e a visão de Musk, que continua a dividir opiniões e a atrair tanto admiradores quanto inimigos.
























