Cientistas Descobrem Fenômeno Físico Inédito na Obra-Prima de Van Gogh
- Editorial O Bahia Post
- 5 de fev.
- 2 min de leitura
Atualizado: 9 de fev.
Um estudo revolucionário revelou um detalhe surpreendente sobre "Noite Estrelada", uma das pinturas mais famosas de Vincent van Gogh: os redemoinhos da obra representam, na verdade, um complexo fenômeno físico de turbulência.

Pesquisadores liderados por Yongxiang Huang descobriram que os movimentados redemoinhos no céu noturno pintado por Van Gogh seguem precisamente princípios científicos da teoria da turbulência dos fluidos, criada em 1941 pelo matemático russo Andrei Kolmogorov.
"Van Gogh teve uma observação muito cuidadosa de fluxos reais", afirma Huang. "Os redemoinhos não apenas em tamanho, mas também em distância e intensidade, seguem leis físicas que governam fluxos turbulentos."
A pintura foi criada em 1889, durante o período em que Van Gogh estava internado no hospital Saint-Rémy-de-Provence, após um colapso mental. Naquele momento, o artista continuava produzindo arte, mesmo em condições desafiadoras.
Os cientistas utilizaram duas metodologias principais:
Escala de Batchelor: análise de fluidos em grande escala
Escala de Kolmogorov: análise de fluidos em menor escala
Lorenzo Giovannini, físico da Universidade de Trento, destaca a singularidade da descoberta: "É um resultado muito curioso que demonstra como Van Gogh intuía o fenômeno natural da turbulência, ainda complexo de descrever em modelos meteorológicos."
O estudo transforma a compreensão de "Noite Estrelada", revelando que a obra não representa apenas um estado emocional, mas potencialmente uma observação científica intrincada sobre o movimento de fluidos.
A turbulência pode ser observada em diversos contextos naturais:
Movimento da água
Formação de nuvens de tempestade
Correntes oceânicas
Fluxo sanguíneo
Um poema de Lewis F. Richardson, de 1922, captura poeticamente essa complexidade: "Grandes redemoinhos têm pequenos redemoinhos que se alimentam de sua velocidade, e pequenos redemoinhos têm redemoinhos menores e assim por diante."
A descoberta adiciona uma nova camada de significado à já icônica obra de Van Gogh, ilustrando como arte e ciência podem se entrelaçar de maneiras inesperadas e fascinantes.
Noite Estrelada continua sendo não apenas uma obra-prima artística, mas agora também um objeto de estudo científico, provando que a genialidade de Van Gogh ia muito além de suas habilidades com pincel.