João Cavalcanti: O Geólogo Bilionário de Lauro de Freitas
- Editorial O Bahia Post
- 11 de mar.
- 4 min de leitura
João Carlos de Castro Cavalcanti, do gênio que conversa com o cosmo e acha minas ao luxo discreto com Renilce no Condomínio Encontro das Águas e Itacaré.
Nascido em Caculé, no sudoeste da Bahia, em 26 de outubro de 1948, JC veio de origens modestas. Filho de agricultores, ele encontrou uma porta na geologia para o sucesso, ingressando na UFBA em uma época em que o Brasil começava a explorar mais intensamente seus recursos minerais. Após a graduação, trabalhou brevemente na iniciativa privada antes de integrar a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) e a Companhia de Recursos Minerais (CRM), onde desenvolveu sua reputação como um especialista em localização de depósitos.
Nos anos 1980, ele deu um salto ao deixar o setor público e explorar uma mina de calcário em Santa Maria da Vitória, no oeste baiano, seguida pela comercialização de água mineral para cervejarias como a Brahma, marcando o início de sua ascensão financeira.
O apelido de “farejador de minérios” veio nos anos 1990, quando Cavalcanti firmou parcerias com gigantes empresariais como Eike Batista, então à frente da EBX, Daniel Dantas, do Opportunity, e a família Ermírio de Moraes, da Votorantim.
Suas descobertas mais notáveis incluem uma reserva de minério de ferro em Caetité, que atraiu investidores internacionais, e terras-raras em Serra do Ramalho, essenciais para tecnologias modernas como baterias de carros elétricos e turbinas eólicas. Esses feitos o colocaram na lista da Forbes Brasil em 2010 como um dos 50 mais ricos do Nordeste, com um patrimônio estimado em R$ 2,5 bilhões na época. “Ele tem um dom que poucos têm: sabe onde o ouro está antes mesmo de cavar”, disse um ex-sócio em entrevista à Veja em 2009.
Casado com Renilce Cavalcanti há mais de três décadas, JC encontrou na esposa não apenas uma companheira, mas uma parceira que complementa seu estilo de vida luxuoso. Renilce é a proprietária do Itacaré Eco Resort, um empreendimento de alto padrão localizado na Rodovia BA-001, Km 64, no Condomínio Villa de São José, em Itacaré, sul da Bahia.
O resort, famoso por sua integração com a natureza – cercado por Mata Atlântica, praias desertas e trilhas ecológicas –, é um refúgio frequentado por celebridades e turistas endinheirados, com diárias que podem ultrapassar R$ 2.000. Enquanto JC prefere a discrição, Renilce exibe um lado mais ostensivo em suas redes sociais, onde aparece com bolsas Hermès, como a icônica Birkin, cujo valor pode chegar a R$ 200 mil, ou joias de grifes internacionais, sinalizando a riqueza do casal.
Em Lauro de Freitas, a residência principal do casal fica no Condomínio Encontro das Águas, na Estrada do Coco, a 5,5 km do Aeroporto Internacional de Salvador.
Comprada em 2005 por R$ 10 milhões e hoje avaliada em cerca de R$ 30 milhões, a mansão reflete o auge da ostentação de JC. Com heliponto privativo, garagem subterrânea para sua coleção de carros e um jardim projetado por Burle Marx, o imóvel é um dos mais imponentes do condomínio, que se destaca por seus 30 km de extensão, lagoas naturais e segurança reforçada. “Eles vivem como reis, mas quase não aparecem. Só vemos os carros entrando e saindo”, comentou um vizinho. A escolha por esse endereço, assim como o resort em Itacaré, reflete a busca por privacidade e segurança, um reflexo das turbulências que JC enfrentou em sua trajetória.
A coleção de carros de Cavalcanti é outro símbolo de sua riqueza. Entre os destaques está um Cadillac Fleetwood 1956, que pertenceu a Elvis Presley, comprado em um leilão em Las Vegas por US$ 450 mil em 2009, e um Rolls-Royce Silver Shadow 1972, avaliado em R$ 1,2 milhão. No passado, ele também possuiu um iate de 40 metros ancorado em Angra dos Reis e uma casa em Miami, mas esses bens foram vendidos ou transferidos após problemas financeiros. Em 9 de outubro de 2015, uma operação da Polícia Militar e do Tribunal de Justiça da Bahia invadiu sua mansão no Encontro das Águas para penhorar oito veículos, incluindo o Cadillac, devido a uma dívida de R$ 3,16 milhões com a Latour Capital Partners do Brasil. O processo, oriundo da 2ª Vara Cível de Lauro de Freitas, expôs dificuldades após investimentos fracassados na Amazônia, mas JC manteve-se em silêncio, ausente durante a ação.
Desde então, o casal adotou um perfil mais reservado. Enquanto Renilce compartilha momentos de luxo nas redes sociais – como uma foto recente em Itacaré e com uma bolsa Hermès –, JC evita a exposição, possivelmente por questões de segurança após os revezes judiciais e financeiros. Especula-se que ele tenha preservado parte de sua fortuna em investimentos offshore, mas nada foi confirmado. O Itacaré Eco Resort, sob a gestão de Renilce, segue como um negócio próspero, recebendo hóspedes de elite e reforçando a influência do casal no turismo de luxo na Bahia.
O Condomínio Encontro das Águas permanece um oásis de exclusividade, contrastando com os desafios urbanos da região. João Carlos de Castro Cavalcanti, com sua história de genialidade geológica e altos e baixos financeiros, e Renilce, com sua elegância ostensiva, formam um casal que encapsula o luxo discreto da elite baiana, vivendo entre a discrição de Lauro de Freitas e o glamour de Itacaré.
